quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Meu Pai Carreiro Minha Mãe Guerreira.

Quando meu pai faleceu eu tinha somente seis meses de idade, e  doía em mim quando as outras meninas me falavam que eu não tinha pai.Pela falta da presença do pai, aprendi a chamar meu irmão mais velho de pai. Vindo da escola, uma menina ficou me falando: "Porque você chama o Domingos de pai?
Ele não é seu pai,seu pai já morreu."
Lembro que entrei em casa muito triste,contei para minha irmã Irene,que disse:
   "Larga de chorar por isso!Você tem pai, sim!Ninguém nasce se não tem o pai.Você tem pai sim,só que ele ficou doente, e morreu". Com estas palavras de minha irmã, me conformei.
Mas lembro de minha mãe contando Para nós, como foi o dia que meu pai morreu.
Foi em abril de 1965.Ele saiu ali pelas nove da manhã e comprou uns peixes e disse que era para o almoço, deixou em cima da mesa e pegou o carro de boi e foi carrear lá pelos lados das Três Porteiras.
Algum tempo depois os bois voltaram sozinhos,todos estranharam e foram ver o que tinha acontecido;
quando o encontraram já estava morto, ele tinha chagas, morreu de repente.
Quando vieram dar a noticia, ela disse que ficou transtornada e atirou para longe aqueles peixes que ele havia trazido para o almoço.Depois sua luta para nos criar.Sete filho vivos, eu com seis meses e Teresinha, uma das minhas irmãs mais velhas Tinha paralisia Infantil, tinha vinte anos e era como um bebê.
Minha mãe contava que vinha pessoas querendo me adotar, outras querendo levar minhas irmãs para São Paulo, para trabalhar para elas, e ela sempre respondia:"Meus filhos não são gatos para eu dar".
E ela sempre trabalhou muito para nos criar,ficou viúva com quarenta anos,e permaneceu assim até 2007 quando foi para os braços do Pai.Deixou muitas saudades, mas tudo que ela ensinou está tão presente em mim. Por Eni vasconcelos 02/10/2013

(Meu Pai é o homem que está lá atrás na foto)

Nenhum comentário: