Renasci muitas vezes, do fundo
de estrelas derrotadas, reconstruindo o fio
das eternidades que povoei com minhas mãos,
e agora vou morrer, sem nada mais, com terra
sobre meu corpo, destinado a ser terra.
de estrelas derrotadas, reconstruindo o fio
das eternidades que povoei com minhas mãos,
e agora vou morrer, sem nada mais, com terra
sobre meu corpo, destinado a ser terra.
Não comprei una parcela do céu que vendiam
os sacerdotes, nem aceitei trevas
que o metafísico manufaturava
para despreocupados poderosos.
os sacerdotes, nem aceitei trevas
que o metafísico manufaturava
para despreocupados poderosos.
Quero estar na morte com os pobres
que não tiveram tempo para estudá-la,
enquanto os golpeavam os que têm
o céu dividido e arrumado.
que não tiveram tempo para estudá-la,
enquanto os golpeavam os que têm
o céu dividido e arrumado.
Tenho pronta minha morte, como um traje
que me espera, da cor que amo,
da extensão que busquei inutilmente,
da profundidade que necessito.
que me espera, da cor que amo,
da extensão que busquei inutilmente,
da profundidade que necessito.
Quando o amor gastou sua matéria evidente
e a luta descaroça seus martelos
em outras mãos de agregada força,
vem apagar a morte os sinais
que foram construindo tuas fronteiras.
e a luta descaroça seus martelos
em outras mãos de agregada força,
vem apagar a morte os sinais
que foram construindo tuas fronteiras.
Pablo Neruda